Psicologia aplicada a profissionais de saúde

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Jonnas Vasconcelos

Jonnas Vasconcelos é graduando em Psicologia e apaixonado por entender o comportamento humano em suas múltiplas facetas.

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Psicologia aplicada a profissionais de saúde

Introdução

Os profissionais de saúde estão expostos a um elevado número de fatores de risco psicossociais. Estes têm consequências a nível individual e organizacional. A psicologia da saúde ocupacional aplica princípios da psicologia na proteção e promoção da saúde e bem-estar dos trabalhadores.

Neste âmbito, pode atuar a nível da organização, com intervenções que melhorem o ambiente de trabalho, e a nível individual, dotando os indivíduos de recursos para lidar com diferentes tipos de ambientes. Foi neste contexto que um serviço de saúde ocupacional de um centro hospitalar de Lisboa decidiu integrar na sua equipa um psicólogo.

Objetivo

Descrever uma amostra de profissionais de saúde referenciados à consulta de psicologia, com vista a gerar hipóteses quanto a características que possam constituir fatores de risco para carecer desse apoio.

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo em que a amostra corresponde ao grupo de trabalhadores referenciado à consulta de psicologia ao longo de sete meses. Foram avaliados os sintomas humor deprimido, pensamentos de morte, ansiedade e alterações do sono. Todos os dados provêm dos registos clínicos do psicólogo e do médico do trabalho, obtidos através de entrevista clínica, tendo sido previamente anonimizados.

Resultados

Foram acompanhados em consulta de psicologia 47 trabalhadores, correspondendo a 1% da população do centro hospitalar. O grupo profissional mais prevalente na amostra foram os assistentes operacionais. A maioria dos trabalhadores referia já ter um diagnóstico prévio de psicopatologia e 55% mantinham-se medicados. Apenas 15% dos trabalhadores identificavam o trabalho como fator determinante na sintomatologia.

Discussão

Verificou-se uma maior proporção do sexo feminino, em relação com a população global do centro hospitalar, um achado que poderá relacionar-se com um maior risco inerente às expectativas impostas pela sociedade relativamente ao papel da mulher como cuidadora e o acúmulo de funções na esfera social/familiar.

Está ausente da amostra o grupo profissional “médicos”, hipoteticamente por uma menor afluência destes às consultas de medicina do trabalho ou eventual proteção conferida a níveis educacionais mais altos.

Conclusões

Ao contrário da evidência existente, nesta amostra de profissionais de saúde de um centro hospitalar de lisboa, o trabalho não foi o fator preponderante para o aparecimento de efeitos adversos na saúde e a determinar o seguimento em consulta de psicologia. No futuro, deve ser testada de forma mais robusta a relação entre género, nível educacional e grupo profissional e aumento do risco de psicopatologia.

Clique no botão abaixo e baixe o artigo completo.


R. Ribeiro, Médica interna de formação específica em Medicina do Trabalho, Pós-Graduação em Medicina do Trabalho. Contribuições: desenho do estudo, colheita de dados, elaboração do artigo, pesquisa e revisão bibliográfica, revisão do manuscrito¹
http://orcid.org/0000-0002-1246-1870

I. Marques, Psicóloga Júnior, Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, Intervenções Cognitivo-Comportamentais nas Perturbações Psicológicas e Saúde. Contribuições: desenho do estudo, colheita de dados, elaboração do artigo, pesquisa e revisão bibliográfica, revisão do manuscrito²
http://orcid.org/0000-0001-9420-794X

M. Peixoto, Médico interno de formação específica em Medicina do Trabalho, Pós-Graduação em Medicina do Trabalho. Contribuições: pesquisa e revisão bibliográfica, revisão do manuscrito³

S. Amado, Médica interna de formação específica em Medicina do Trabalho, Pós-Graduação em Medicina do Trabalho. Contribuições: pesquisa e revisão bibliográfica, revisão do manuscrito⁴

J. Ferreira, Médico interno de formação específica em Medicina do Trabalho, Pós-Graduação em Medicina do Trabalho. Contribuições: pesquisa e revisão bibliográfica, revisão do manuscrito⁵

L. Pena, Médica interna de formação específica em Medicina do Trabalho. Contribuições: pesquisa e revisão bibliográfica, revisão do manuscrito⁶

E. Rodriguez, Diretora do Serviço de Segurança e Saúde no Trabalho, Médica especialista em Medicina do Trabalho. Contribuições: revisão do manuscrito⁷
http://orcid.org/0000-0002-7993-2032

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